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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Leviathans


Última modificação há 14 dias por um utilizador anónimo
Leviatã (monstro)
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O Leviatã é uma criatura mitológica, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna. Há referências, contudo, ao longo de toda a história, sendo um caso recente o do Monstro de Lago Ness.

No Antigo Testamento, a imagem do 'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Foi considerado pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo (semelhante ao Kraken).

sábado, 10 de maio de 2014

seifadores

      Certa vez um grupo de jovens de 18 há 23 anos,passeavam pela cidade quando 2 deles foram atropelados por um carro em alta velocidade,ao chegar no hospital,um deles ainda na maca de hospital disse há um deles:
-Você viu ele ?
-Ele?Ele quem ?
-O Homem,todo de roupa preta,ele ta ai atrás de você
      O jovem se virou para ver oque estava atrás dele;porém quando ele virou sua cabeça para trás não viu ninguem.
Ele disse:
-Não tem ninguem aqui atrás de min.
      Porem quando ele disse isso,e se voutou para o seu amigo ele estava morto ! Porém mal sabia seu amigo que quem o havia levado erá o seifador,assim ocorreu com todos os outros que foram atropelados,foram levados por um seifador.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

 A gora é com vocês ai,escolham os tema das historias,comentem ai,oque querem agora para ler,porque...

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Bicho Papão

O bicho-papão é uma figura fictícia mundialmente conhecida. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro fictício à contradição ou desobediência da criança em relação à ordem ou conselho do adulto.
Desde a época das Cruzadas, a imagem de um ser abominável já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçulmanos projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-ric vem buscar-te”.

A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. No Brasil e em Portugal, é utilizado o termo “bicho-papão”. Nos Países Baixos, o monstro leva o nome de Zwart Piet (Pedro negro), que possui a tarefa de pegar as crianças malvadas ou desobedientes e jogá-las no Mar Negro ou levá-las para a Espanha. Em Luxemburgo, o bicho-papão (Housecker) é um indivíduo que coloca as crianças no saco e fica batendo em suas nádegas com uma pequena vara de madeira.

Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do monstro.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

15 razões para assistir séries de terror

As séries de terror saíram da escuridão e invadiram a grade das emissoras. The Walking Dead, produção repleta de zumbis, por exemplo, é uma das séries mais cultuadas da atualidade. Ela tem ido tão bem que a AMC, que exibeThe Walking Dead nos Estados Unidos, já garantiu a quinta temporada da atração. Os vampiros também andam em alta. É o caso dos protagonistas de The Vampire Diaries, da CW, True Blood, da HBO e da “novata” Dracula, da NBC, que chega a 2013 mais rejuvenescida do que nunca (trocadilho intencional). Outras releituras de clássicos incluemSleepy Hollow, Grimm e Once Upon a Time.
Mas se você não gosta de levar sustos ou torce o nariz para o gênero o TeleSéries apresenta 15 razões para você não desgrudar os olhos dos seriados de terror. Aproveite o clima do Dia das Bruxas e venha explorar o sobrenatural com a gente. Você vai se surpreender!
15 – É possível conhecer lendas e mitos que são interessantes/assustadores
Se você também é um apaixonado por lendas e mitos históricos, outro motivo muito forte para gostar de séries de terror são as belas histórias que compõem estas tramas. Em Sleepy Hollow, é possível conhecer a lenda do cavaleiro sem cabeça; já em Hemlock Grove a lenda do lobisomem que faz com que as pessoas fiquem apavoradas, além da série contar com outras criaturas assustadoras. No quesito das séries estreantes, Dracula também é um grande ponto forte para os apaixonados por sangue e séries de época. Em relação às promessas para 2014, Penny Dreadful é uma série que trará os monstros das histórias clássicas, como Frankestein, o Lobisomem, dentre outros personagens.
Só acredita vendo? Então tenha um “gostinho” dessas séries arrepiantes:
14 - Você tem a chance de ver atores/atrizes que fazem as séries de terror valerem a pena
Não é só de gritos e sustos que uma série de terror pode prender a nossa atenção. Isso também é possível por causa da atuação de celebridades que dão ainda mais personalidade para personagens sombrios. Dentre os vários atores/atrizes, nós podemos citar: Jessica Lange e Evan Peters (American Horror Story), Vera Farmiga (Bates Motel), Tom Mison (Sleepy Hollow), Famke Janssen (Hemlock Grove), Jonathan Rhys Meyers (Dracula).
13 – Você pode usar como desculpa pra reunir os amigos em casa
Tem coisa melhor que aquela sessão de filmes de terror numa sexta-feira de madrugada com os amigos? Só se for uma maratona de séries do gênero! Você pode usar o medo que sente ao assistir sozinho aos episódios assustadores para reunir a turma e ser feliz na madruga. Ou durante o dia. Depende do medo.
séries de terror
12 - Cenários
As séries de suspense e terror geralmente são as que entregam os melhores cenários. Você pode passear pela consultório elegantérrimo do Dr. Lecter, de Hannibal, reservar um quarto no Bates Motel, visitar o trailer de Peter, em Hemlock Grove ou as mansões de American Horror Story para sentir que cada um dos lugares foi feito para chamar a atenção de um modo diferente, que faça com a presença do lugar seja sentida mesmo que eles não sejam mal assombrados ou algo do gênero.
Bates Motel
Hannibal
11 - Trilha sonora
A trilha sonora é um dos elementos chave de qualquer produção do gênero. A cena pode não conter fala, mas se a música de fundo for marcante, a cena certamente também o será. Que atire a primeira pedra aquele que nunca cantarolou “Dominique, nique, nique s’en allait tout simplement” após um episódio de American Horror Story: Asylum
10 - Porque o medo começa na abertura
PRE-PA-RA

9 - Você externaliza e consequentemente entende seus medos
Pode não parecer mas após assistir a alguns episódios de séries do gênero, você pode começar a entender o porquê de muitos de seus medos e de onde eles podem vir. As vezes até se identifica com os medos dos personagens e como eles fazem para superá-los. Séries de terror economizando sua grana com terapia desde sempre.
15 razões séries de terror
8 – Você experimenta sensações fortes e mistas ao mesmo tempo
Os fãs dos grandes sucessos do terror na televisão vivenciam, na segurança de seus sofás, sensações que se alternam e se complementam no decorrer da trama: medo/alívio e suspense/humor, uma vez que fazer piada com situações que seriam, em outras circunstâncias, extremamente angustiantes leva a experiência de pavor a um nível tolerável. Vejam o caso, por exemplo, de American Horror Story. O próprio criador da série, Ryan Murphy admitiu que sua história tomou um rumo sombrio demais, o que foi logo “corrigido” por Fiona Goode na terceira temporada, Coven. Segundo Jessica Lange, intérprete da bruxa em entrevista para o site Buzzfeed, “esta temporada é uma tentativa consciente de deixar as coisas mais leves, além de acrescentar um pouco de humor”. Outro recurso utilizado por alguns roteiristas e diretores (sádicos por profissão) é estender o suspense e ansiedade ao limite para, enfim, dar uma resolução conclusiva, a qual resulta em alívio. Lembrando que, quimicamente, a sensação de alívio muitas vezes se confunde com a própria sensação de prazer, ou seja…
Caveira 15 razões
7 – Você explora o desconhecido e exercita sua curiosidade
Muitas das séries de suspense e terror são baseadas ou em fatos reais ou em histórias mundialmente conhecidas. Essas histórias vão para a TV com uma nova roupagem e, a partir daí, desperta nos telespectadores aquela curiosidade para saber se a origem remonta de algum fato real ou história conhecida, ou é apenas fruto da mente bizarra de algum roteirista. Ou vai dizer que você nunca pausou um episódio de Supernatural para pesquisar sobre uma criatura sobrenatural que apareceu?
TS 15 razões
6 – Você descobre que o gênero do terror é um conto de fadas ao contrário
Sabe aquela história que começa com “era uma vez”? Se ela fosse uma música, e alguém a tocasse ao contrário, resultaria em uma história de terror. Por quê? Nos contos infantis, as dificuldades são vencidas, o bem prevalece e todos vivem felizes para sempre, com exceção do vilão, claro, condenado a uma espécie de castigo eterno. Em uma história de terror, entretanto, as coisas nem sempre acabam bem, isto quando acabam. Quase tudo dá errado, morre uma porção de gente querida do protagonista e combater o mal não é uma função que o escolhido pode se dar ao luxo de recusar. É o caso de Nick Burkhardt, pertencente à família Grimm e protagonista da série com o mesmo nome dos irmãos que escreveram, entre outros, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria. Seus ancestrais foram caçadores de elite de criaturas que vivem entre os humanos e só os membros do clã dos Grimmpodem vê-los como os monstros que realmente são. Nas séries de terror o “para sempre” é sofrimento estendido e a única felicidade, se é que se pode chamá-la assim, é permanecer vivo.
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Grimm - terror - 15 razões - TS
5 – Você exercita sua capacidade de observação/raciocínio
Com tramas muito bem elaboradas para manter a atenção de seu público, as séries de terror também testam as pessoas em relação a sua capacidade de observar, raciocinar e chegar a algumas conclusões (que algumas vezes podem fugir do comum). Por meio de pistas em cenas intensas e com um mix entre terror e suspense, é possível dizer que os enredos de séries, como Hannibal, possibilitam que o espectador reaja às histórias aos poucos, enquanto ele teme o que está por vir.
Neste episódio de Hannibal, intitulado Trou Normand, é possível ver o personagem Will Graham (Hugh Dancy) no limite entre a sanidade e a loucura. Ele passa a perder a noção do tempo e de deslocamento e essa progressão pode fazer com que você tenha que manter muita atenção no seriado para não perder nenhum detalhe.
4 – Você conhece os medos da sociedade por trás das tramas
O maior e mais cultuado exemplo do filão terror-ficção científica é o pioneiro Além da Imaginação (The Twilight Zone), série exibida pela CBS entre 1959 e 1964, em cinco temporadas. Rod Serling, criador e narrador dos episódios, driblava a censura da época e trazia temas como ameaças nucleares, o regime Macarthista, entre outros, travestidos de contos fantásticos. Sua marca registrada é o final inesperado. Em um episódio em que o autor já se permitia ser mais claro, He’s Alive (Ele está vivo), de 1963, um neonazista interpretado pelo ator Dennis Hopper segue as instruções de Adolf Hitler, em pessoa, que o convence de que ambos são imortais, e desta forma estão livres de qualquer dano. Na narração final, a voz de Sterling afirma que enquanto houver ódio de um ser humano para com o outro, Hitler manterá um legado de terror. Vale lembrar que nesta época, um homem lutava justamente pela igualdade através da não violência: Martin Luther King, assassinado cinco anos depois.
Além da Imaginação - terror - 15 razões - TS
3 – Você descobre uma nova arte: a maquiagem
As histórias de terror ganham força por uma série de fatores: cena, trilha sonora, atores, mas é a maquiagem um dos pontos mais fortes que mostram como uma produção pode se distinguir de outras. Alguns exemplos podem ser vistos em The Walking Dead, Supernatural, Sleepy Hollow e Hemlock Grove. Nestas séries é possível encontrar diversas maquiagens horripilantes que valorizam ainda mais a atuação e de uma maneira nada convencional.
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2 – Você percebe que todos temos um lado “do mal” e isso é bom
Há uma tendência atual entre as séries de televisão de mostrar não um herói, mas um protagonista moralmente contraditório que mesmo com toda sua maldade consegue atrair fãs que torçam por ele. A vantagem é que, na vida, todos temos um lado obscuro que se não é predominante, se revela em uma briga, ou situação-limite. Com os irmãos Dean e Sam Winchester, da série Sobrenatural, aprendemos que a luta entre o bem e o mal, ou céu e inferno, começa a ser travada no interior de cada um de nós. Sam, que investiu em seu lado sombrio após a perda do irmão, elevou a questão a um novo patamar: libertou Lúcifer do hades, fugiu de lá, entre outras ações infernais. Aprendemos, ainda, que ninguém se conhece de verdade até que seja confrontado por uma circunstância que o pregue de surpresa. Ninguém está imune à maldade. Como lidar com ela, sim,  é uma escolha que fazemos. Viu? Autoconhecimento com muito susto e diversão.
Sobrenatural - terror - 15 razões - TS
1 – Você gosta de sentir medo. E precisa dele
Todos sentimos medo. Alguns deles não conseguimos nem mesmo explicar. O medo é um recurso de sobrevivência, te prepara para uma situação de aparente perigo, para que você possa evitá-lo ou reagir da melhor forma. Ao contrário do que muitos pensam, o medo é um aliado, desde que você o domine ou o controle e não o oposto. As séries de terror prendem sua atenção porque mexem com algum medo primário seu em um ambiente controlado no seguro campo da ficção. Sentir medo é bom. Quando você assiste a uma série assustadora libera adrenalina, provocando a sensação de temor, e dopamina que dá a sensação de alívio e calma quando o pânico passa. As séries utilizam intervalos entre um momento de tensão e outro para que seu corpo se recupere, ou seja, assistir a um episódio de uma série de terror garante a experiência de emoções fortes, semelhantes à de receber uma boa e inesperada notícia. Ou que outra razão você teria para assistir a história de um xerife que acorda de um coma em um mundo enfestado de zumbis como em The Walking Dead? O sucesso é tanto que a emissora AMC garante que pelo menos para a série, o fim não está próximo.
WalkingDead

Filmes de terror: sua história e por que os Assistimos

Filmes de terror: sua história e por que os Assistimos

Chamada

“Escute-as, as crianças da noite. Que doce música elas fazem…”


Conde Drácula


Desde a pré-história, quando o homem primitivo poderia ser devorado a qualquer momento por um tigre dentes-de-sabre, o ser humano tem razão para temer. Com base nisso, cientes de que o medo é uma das mais poderosas emoções, diversos artistas passaram a inventar histórias assustadoras, transmitidas de diversas maneiras.
A literatura explorou o horror com propriedade. “Frankenstein, o Prometeu Pós-Moderno” de Mary Shelley“Drácula” de Bram Stoker e “O Médico e o Monstro” de Robert Louis Stevenson, foram contos que, ao serem publicados durante o século XIX, perturbaram os leitores e inauguraram novos gêneros literários.
Então o cinema surgiu, no final deste mesmo século. Aos poucos, quando este passou a desenvolver-se como forma narrativa, os cineastas descobriram o potencial para causar medo. Assistir a um filme é algo semelhante a sonhar: entramos numa sala escura, perdemos a conexão com o mundo exterior e passamos a ver imagens impossíveis de presenciar na realidade. E se podemos sonhar no cinema, podemos também ter pesadelos. Por isso, a sétima arte mostrou-se uma mídia ideal para criar imagens e histórias assustadoras, explorando os medos inconscientes da plateia.
Esta nova coluna do Cine Splendor, denominada A Hora do Espanto, vai discutir o cinema do medo, mas para discutir algo, primeiro é preciso conhecer. Portanto, vamos agora a uma breve história sobre o cinema de horror…


Os Primórdios

01
O cinema de horror nasceu com o expressionismo alemão, movimento artístico que enfatizava a desconstrução da realidade e explorava formas geométricas abruptas e distorcidas. Os alemães produziram os primeiros filmes de terror do cinema mudo. “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919), “O Golem” (1920) e“Nosferatu” (1922) trouxeram para as telas monstros e histórias baseadas em lendas, com cenários grandiosos e inclinados, reflexos das mentes perturbadas dos seus personagens. “Nosferatu” foi uma adaptação não-oficial de “Drácula”, de Bram Stoker, e é considerado o primeiro filme de vampiros da história da sétima arte.
Outros filmes de destaque do período também buscaram inspiração em obras literárias: “O Médico e o Monstro” (1920), “O Corcunda de Notre Dame” (1923) e “O Fantasma da Ópera” (1925).


O horror se torna Universal

02
Quando o cinema começou a falar, o terror acompanhou. Teve início o primeiro grande ciclo do gênero, o dos monstros do estúdio americano Universal“Drácula” (1931), de Tod Browning, foi o primeiro deles, e o conde, com interpretação marcante de Bela Lugosi, tornou-se o padrão para os futuros vampiros do cinema.
Pouco depois veio “Frankenstein” (1931) de James Whale, que revelou outro ator para sempre associado ao gênero: Boris Karloff, intérprete do monstro. Karloff emendou com “A Múmia” (1932), e ambos os filmes tiveram, para a época, efeitos de maquiagem criativos (cortesia do lendário Jack Pierce).
James Whale foi ainda responsável por “O Homem Invisível” (1933), baseado no livro de H. G. Wells e marco dos efeitos especiais; enquanto Tod Browning voltou para a Inglaterra e realizou “Monstros” (1932), reputado longa sobre aberrações de circo. O filme causou tanta polêmica que praticamente afundou a carreira do diretor – um dos primeiros casos de grande comoção popular causada por um filme de horror. Posteriormente, o catálogo de monstros da Universal se completou com “O Lobisomem” (1941) e “O Monstro da Lagoa Negra” (1954).
É interessante notar que o início do ciclo da Universal, e seu sucesso comercial, coincidem com o período da Grande Depressão nos Estados Unidos, causada pela quebra da bolsa de valores em 1929. As pessoas, em busca de uma fuga da triste realidade, preferiam encarar vampiros e monstros nos cinemas. Isso também serve para expor uma característica do gênero: o filme de terror nunca desaparece realmente, mas em determinadas épocas ele se torna mais forte, especialmente quando há problemas econômicos, guerras e conflitos sociais. Os filmes refletem as ansiedades da população, e ficam mais potentes em tempos de dificuldades.


O Pós-Guerra

03
A década de 40 foi uma exceção, contudo. Observou-se nesse período uma esfriada no gênero – apesar do lançamento de algumas experiências interessantes, como os trabalhos sugestivos de Val Lewton, dentre os quais o mais famoso é “Sangue de Pantera” (1942). Os horrores da Segunda Guerra Mundial foram poderosos demais, e nada que os cineastas criassem poderia superar os campos de concentração e a bomba atômica.
O pavor da aniquilação nuclear e a guerra fria, porém, promoveriam o retorno do gênero na década seguinte, com os filmes de monstros gigantes. “O Mundo em Perigo” (1954), com suas enormes formigas, marcou o cinema norte-americano enquanto “Godzilla” (1954), e suas sequências, destruíam o Japão. Neste mesmo período, a paranoia da invasão alienígena atingiu seu ápice com “Vampiros de Almas” (1956), refilmado diversas vezes.
Próximo ao final da década de 50, a produtora inglesa Hammer obteve grande sucesso com novas versões dos monstros clássicos da Universal“A Maldição de Frankenstein” (1957) e “O Vampiro da Noite”(1958) trouxeram os personagens de volta à vida, desta vez em cores, com um pouco mais de sangue e sensualidade, tornando os nomes dos atores Peter Cushing e Christopher Lee eternamente associados ao terror.


A década de 60

04
Nos anos 60, Alfred Hitchcock revolucionou o gênero, trazendo o terror para perto do público com seu clássico “Psicose” (1960). O mal não mais precisava vir do castelo gótico europeu, ele podia estar nas pequenas cidadezinhas americanas, escondido sob a aparência de normalidade. A prova disso? Norman Bates, o protagonista deste clássico, tornou-se o mais famoso maníaco do cinema.
Ainda nesta década, fantasmas aterrorizaram em dois clássicos da sugestão: “Os Inocentes” (1961), deJack Clayton, e “Desafio do Além” (1963), de Robert Wise. Junto a ele, o controverso “A Tortura do Medo” (1960) explorou a relação entre o cinema e o terror, e foi tão provocativo que um crítico pediu ao diretor Michael Powell que jogasse a produção no esgoto.
Destacaram-se neste momento Hitchcock, inaugurando o subgênero “natureza se rebela” com “Os Pássaros” (1963); Roman Polanski realizou suas experiências de terror psicológico com “Repulsa ao Sexo” (1965), estrelado pela jovem Catherine Deneuve, e “O Bebê de Rosemary” (1968), com Mia Farrow;Mario Bava deu o pontapé inicial no horror italiano; e George Romero promoveu um terremoto no gênero, de forma tão intensa quanto “Psicose”, com seu primeiro longa, “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), inaugurando o moderno filme de zumbi.


Os Anos 70 e 80

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A crise dos estúdios norte-americanos e o florescimento do mercado independente levaram a uma nova safra de potentes filmes de terror. Nessa época, também, todos assistiam chocados à Guerra do Vietnã, conflitos em diversas partes do mundo e reformas sociais. Esses eventos, sem dúvida, serviram de matéria-prima para os cineastas de terror, conscientemente ou não. “O Massacre da Serra Elétrica” (1974), por exemplo, parece ter sido especialmente influenciado pelos tumultos da época. O grupo de jovens que retorna à cidadezinha onde cresceram e encontram apenas psicopatas canibais soa como um reflexo dos Estados Unidos de então – e aquele país ingênuo de outrora não existia mais. A produção de baixo orçamento chocou as plateias e pavimentou o caminho para a onda dos filmes de assassinos da década seguinte, osslasher films.
Deste cenário independente vieram nomes como David Cronenberg, Wes Craven e John Carpenter.Cronenberg criou sua própria mistura de horror/ficção no Canadá, enfocando o corpo e suas transformações;Craven fez os polêmicos “Aniversário Macabro” (1972) e “Quadrilha de Sádicos” (1977); e Carpenterlançou “Halloween – A Noite do Terror” (1978), trazendo para as telas o assassino Michael Myers. Além deles, a década viu também o segundo filme de zumbis de George Romero, o revolucionário e satírico“Zombie – O Despertar dos Mortos” (1978), que elevou o padrão de sanguinolência do gênero e demonstrou o quanto esse tipo de cinema poderia ser provocador no seu retrato de uma sociedade.
Os grandes estúdios se recuperaram e também investiram no horror. “O Exorcista” (1973) foi um grande sucesso, o primeiro do gênero a ser indicado para o Oscar de Melhor Filme (ganhou o de roteiro adaptado). Foi seguido por “A Profecia” (1976), outro longa com temática demoníaca.
O jovem Steven Spielberg também colaborou com o gênero, fazendo o mundo inteiro temer entrar no mar com seu “Tubarão” (1975); e mais tarde, outro jovem talento, Ridley Scott, usou a obra como inspiração para seu clássico “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979), ainda hoje o melhor exemplar a unir os gêneros desprezados do cinema – o terror e a ficção científica. “Alien” também foi revolucionário por ser o primeiro a ter uma mulher como heroína.
Na Europa, os italianos descobriam os psicopatas com o subgênero do giallo, do qual Dario Argento tornou-se o maior expoente. Mais tarde, Lucio Fulci e Ruggero Deodato fizeram história: o primeiro, com seus filmes de zumbi, o segundo com o falso documentário “Cannibal Holocaust” (1980), que muitos pensaram tratar-se de uma filmagem real.
Chegam os anos 80, e a trupe dos anos 70 continua a fazer filmes. John Carpenter teve, em “O Enigma do Outro Mundo” (1982), seu primeiro trabalho para um grande estúdio – fracasso no lançamento, o filme hoje é considerado um clássico; e Wes Craven deu início à popular série “A Hora do Pesadelo”, criando o vilão dos sonhos Freddy Krueger. Outro ícone do gênero, o assassino Jason Voorhees, da série “Sexta-Feira 13”, marcou a década com suas matanças de adolescentes, divindo espaço com Sam Raimi, um jovem com poucos recursos e muita criatividade, que chocou plateias com “The Evil Dead – A Morte do Demônio” (1982).
E claro, não se pode esquecer as adaptações para o cinema do mais bem sucedido escritor de terror de todos os tempos, Stephen King. Elas começaram com “Carrie, A Estranha” (1976) e prosseguem até hoje. Já renderam muitos bons filmes e pelo menos outro clássico indiscutível do gênero: “O Iluminado”(1980) de Stanley Kubrick“Nada mais de sugestão” parecia ser a tônica da época.


Os últimos 20 anos

06
Ao contrário das tumultuadas décadas de 70 e 80, os anos 90 foram tempos de prosperidade nos Estados Unidos, de modo que poucos filmes de terror se destacaram. Além disso, o público cansou de ver as intermináveis continuações de “Halloween”“Sexta-Feira 13” e “A Hora do Pesadelo”, o que também ajuda a explicar o desgaste do gênero. Nessa época, os poucos exemplares a fazer sucesso brincavam com a metalinguagem, homenageando e ao mesmo tempo fazendo piada com os títulos do passado. Foi o caso emblemático de “Pânico” (1996) de Wes Craven, um grande sucesso que rendeu suas próprias sequências.
Do cinema norte-americano do período ainda merecem destaque os sucessos de “Entrevista com o Vampiro” (1994), baseado no livro de sucesso de Anne Rice e estrelado pela realeza de Hollywood (os atores Tom Cruise e Brad Pitt); bem como novas versões super produzidas de “Drácula de Bram Stoker”(1992), dirigida por Francis Ford Coppola, e “Frankenstein de Mary Shelley” (1994), por Kenneth Branagh; sem esquecer de “O Silêncio dos Inocentes” (1991), vencedor do Oscar – honra geralmente não reservada a filmes com assassinos em série e canibalismo.
No Japão desse período os filmes exploraram o medo da tecnologia, do qual “Ringu – O Chamado” (1998) foi o exemplar mais famoso – tanto que, poucos anos depois, foi refilmado nos EUA como “O Chamado”(2002). No México, o cineasta Guillermo Del Toro despontou com seu conto de vampiros “Cronos” (1993), partindo depois para a América, e o diretor de origem indiana M. Night Shyamalan conquistou enorme sucesso de público e crítica com “O Sexto Sentido” (1999), suspense com toques sobrenaturais que arrebatou inclusive indicações ao Oscar.
Nos anos 2000, iniciou-se a onda das refilmagens, anunciada no final dos anos 90 quando Gus Van Sant“cometeu” o seu remake quadro-a-quadro de “Psicose” (1998). Como visto, as refilmagens foram constantes na história do terror, mas a indústria do período, em crise de criatividade, privilegiou as novas versões de antigos sucessos sobre trabalhos originais. Os EUA então viram sua hegemonia no terror diminuir quando outros países passaram a produzir obras mais instigantes. Da Espanha, vieram “Os Outros” (2001), “O Orfanato” (2007) e “[REC]” (2007). Os ingleses revitalizaram a figura do zumbi com“Extermínio” (2002), e impressionaram bastante em “Abismo do Medo” (2005). A Suécia produziu o melhor filme de vampiros dos últimos anos, “Deixe Ela Entrar” (2008), a Austrália lançou o inquietante“Wolf Creek – Viagem ao Inferno” (2005), e a Coréia do Sul surgiu com o original filme de monstro “O Hospedeiro” (2006).
Os eventos pós-11 de setembro nos EUA refletiram no cinema de terror na forma do subgênero torture porn. Eram filmes que procuravam extrair medo e tensão através da tortura dos personagens. Foram os casos de“O Albergue” (2005) e da série “Jogos Mortais”, bem-sucedidos financeiramente, mas considerados reprováveis por vários setores da sociedade, deixando claro mais uma vez o poder do gênero em mexer com os sentimentos das plateias.
Os falsos documentários também fizeram sucesso. “A Bruxa de Blair” (1999) foi o pioneiro, ainda nos anos 90, pegando a ideia de “Cannibal Holocaust” e apostando na sugestão (novamente) em vez do horror explícito, se tornando na época o filme mais rentável da história do cinema. Seu herdeiro atualmente é“Atividade Paranormal” (2007), que lhe roubou o posto e inspirou suas próprias sequências.


Por que embarcar no trem-fantasma?

07
Vimos, neste breve histórico, como o cinema de terror está atrelado às preocupações da sociedade – sociedade esta que, muitas vezes, comparece em massa para assisti-los. Isso imediatamente levanta a pergunta: por que tanta gente gosta de filmes assustadores? É uma pergunta válida, ainda mais quando já existem muitos horrores reais no mundo. Por que tanta gente paga ingresso de cinema para se apavorar com uma história fictícia, quando já há muito a temer na realidade em que vivemos?
O escritor Stephen King, já mencionado, publicou no começo da década de 80 um livro chamado “Dança Macabra”. Em tom de bate-papo com o leitor, como numa mesa de bar, ele discorre sobre seu interesse pelo terror e sobre as várias mídias onde se pode explorá-lo: a literatura, o rádio, a TV e o cinema.
É uma leitura fascinante, da qual destaca-se um trecho: “(…) nós inventamos horrores para nos ajudar a suportar os horrores verdadeiros. Contando com a infinita criatividade do ser humano, nos apoderamos dos elementos mais polêmicos e destrutivos e tentamos transformá-los em ferramentas – para desmantelar esses mesmos elementos”.
O filme de terror serve como catarse, para extravasar aqueles sentimentos sombrios que possuímos dentro de nós. Esses sentimentos vez ou outra vêm à tona, e precisam ser expressos de alguma forma. O cinema é uma forma segura de extravasá-los. De novo, King afirma: “Assistir a um filme de terror agressivo é como levantar um alçapão no cérebro civilizado e jogar uma cesta de carne crua aos crocodilos famintos nadando no rio subterrâneo que existe lá dentro. Por que fazer isso? Porque isso os impede de sair, cara. Mantém-nos lá embaixo e eu aqui em cima. Foram Lennon e McCartney que disseram que tudo o que você precisa é de amor, e concordo com isso. Desde que você mantenha os crocodilos bem alimentados”.
Bem-vindos à coluna A Hora do Espanto, onde a cada quinze dias daremos nosso passeio noturno pelo cemitério para alimentar os crocodilos. Abordaremos os filmes de terror bons, maus e feios, os exemplarestrash e os mais artísticos (sim, porque o terror pode ser uma arte), os ícones do gênero e suas diferentes vertentes. Pegue sua lanterna e não fique muito para trás…